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Thomas Barkin (Fed) vê inflação próxima da meta, mas alerta para incertezas no mercado de trabalho e consumo Por Igor Pereira – Membro WallStreet NYSE O membro do Federal Reserve, Thomas Barkin, afirmou nesta terça-feira (27) à Bloomberg TV que a economia dos EUA permanece em trajetória semelhante à dos últimos dois anos, com inflação se aproximando da meta de 2% e queda nas taxas de desemprego. No entanto, Barkin destacou preocupações com o comportamento dos consumidores diante dos preços elevados, além de efeitos negativos dos cortes de gastos públicos no mercado de trabalho — principalmente na região da capital. Estabilidade nos indicadores, mas incerteza à frente Segundo Barkin, a estabilidade inflacionária e a recuperação do mercado de trabalho refletem um equilíbrio que ainda não foi comprometido. A relutância das empresas em realizar novas contratações é um sinal de cautela, mas não de retração. “As empresas ainda mostram disposição para manter seus planos de investimento. A confiança empresarial continua sendo um forte termômetro da economia”, disse. Por outro lado, Barkin reforçou que o momento exige monitoramento atento da reação dos consumidores aos preços. Embora os dados em tempo real não indiquem queda no consumo, ele reconhece que a expectativa persistente de inflação tem impactado diretamente a confiança do consumidor — fator que historicamente influencia os gastos, mas que tem mostrado comportamento atípico nos últimos dois anos. Cortes de gastos e efeitos assimétricos no emprego Um ponto de destaque na entrevista foi a menção aos efeitos negativos dos cortes de gastos governamentais, especialmente em regiões como Washington, D.C., onde o emprego público representa parcela significativa da atividade econômica. Barkin alertou que essas medidas já afetam o mercado de trabalho local, contribuindo para um desaquecimento específico. Impacto das políticas de Trump é misto Barkin também comentou os efeitos das políticas econômicas do presidente Donald Trump, com ênfase nas tarifas comerciais. Segundo ele, os impactos são mistos e ainda em avaliação. De um lado, empresas anteciparam estoques no início do ano prevendo aumentos de custos; de outro, observou-se redução no volume de importações. O dirigente do Fed sinalizou que o verdadeiro impacto das tarifas só será claro com o tempo, à medida que o comportamento de empresas e consumidores se ajustar às mudanças na estrutura comercial imposta pela nova política tarifária. O que esperar e impactos no mercado financeiro 1. Renda Fixa e Fed Funds Rate Com Barkin destacando estabilidade na inflação e ausência de sinais claros de queda no consumo, o discurso reforça a postura de cautela do Fed em reduzir juros no curto prazo. A curva de juros pode continuar precificando cortes moderados apenas no segundo semestre, desde que os dados continuem benignos. 2. Renda Variável (ações) O reconhecimento de uma economia "estável", com confiança empresarial resiliente e consumo ainda firme, favorece o sentimento de suporte ao mercado acionário. Porém, incertezas quanto ao impacto pleno das tarifas e cortes de gastos públicos podem gerar volatilidade setorial, especialmente em empresas expostas ao consumo interno e comércio internacional. 3. Ouro (XAU/USD) A percepção de inflação controlada, mas sem pressa para corte de juros, pode limitar os ganhos do ouro no curto prazo. Contudo, a incerteza fiscal e política, somada ao impacto das tarifas, mantém suporte estrutural ao ouro como hedge. 4. Dólar (USD) Com a expectativa de juros estáveis e economia ainda sólida, o dólar pode manter força relativa frente a moedas emergentes, sobretudo em um cenário de fragilidade fiscal e política em outras regiões. Conclusão A fala de Barkin reforça a imagem de uma economia norte-americana ainda estável, mas em transição delicada, onde os próximos passos dependerão fortemente da resiliência do consumo, confiança empresarial e desenvolvimento das políticas de Trump. O mercado deve seguir atento aos próximos dados de inflação, emprego e confiança, além de monitorar os desdobramentos fiscais e comerciais.
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Relatório de Mercado – Estados Unidos: Dados Mistos Elevam Incerteza Sobre Crescimento Econômico 📌 Por Igor Pereira – Analista de Mercado Financeiro | Membro da WallStreet NYSE 📊 Sumário dos Indicadores Econômicos (EUA) Indicador Resultado Expectativa Anterior Initial Jobless Claims (semana) 227 mil 230 mil 229 mil Chicago Fed National Activity Index (abr) -0,25 -0,20 -0,03 PMI S&P Global – Maio (Prévia): • Composite 52,1 — 50,6 • Manufacturing 52,3 — 50,2 • Services 52,3 — 50,8 🔍 Análise Técnica e Fundamental A divulgação dos dados macroeconômicos dos EUA nesta quinta-feira reforça o cenário de divergência interna na economia americana. De um lado, os PMIs da S&P Global vieram acima das expectativas e da linha de 50 pontos — nível que indica expansão na atividade econômica. A surpresa foi tanto no setor manufatureiro quanto nos serviços, o que sugere uma retomada moderada no início do segundo trimestre de 2025. Por outro lado, o Índice de Atividade Nacional do Fed de Chicago registrou queda para -0,25, indicando contração em diversos componentes da economia. Como este indicador consolida uma média ponderada de 85 variáveis macroeconômicas, o número negativo aponta que, fora dos setores mais dinâmicos, ainda há fragilidade estrutural relevante. Essa dicotomia reforça a tese de um crescimento assimétrico: enquanto setores específicos mostram recuperação cíclica, o "motor profundo" da economia permanece em desaceleração. 📈 Expectativas e Projeções A leitura geral do mercado permanece cautelosa: PMIs acima de 50 pontos aliviam temores de uma recessão iminente, favorecendo ativos de risco no curto prazo. O índice do Fed de Chicago, contudo, acende um alerta sobre a sustentabilidade do crescimento econômico em médio prazo. Com isso, o Federal Reserve deve adotar uma abordagem conservadora. Não há evidências suficientes para justificar cortes iminentes na taxa de juros, mas tampouco há espaço para novas altas. A postura mais provável continua sendo a de “juros mais altos por mais tempo” (higher for longer), especialmente diante da necessidade de calibrar inflação persistente com crescimento moderado. 💥 Impactos no Mercado Financeiro Dólar Americano (USD): A moeda pode apresentar valorização pontual com os dados positivos de atividade, mas o movimento tende a ser limitado pela leitura negativa do índice do Fed de Chicago. Ouro (XAU/USD): O ouro deve continuar apresentando volatilidade. A sustentação técnica permanece forte na faixa de US$ 3.300, com resistência em US$ 3.410. A combinação de crescimento moderado e juros elevados continua sendo fator de suporte ao metal. Ações (S&P 500): Os índices acionários podem reagir com otimismo aos PMIs, mas grandes investidores seguirão atentos à curva de juros, inflação e consumo. O próximo dado do núcleo do PCE será determinante para confirmar tendências. Treasuries: A curva de rendimento tende a manter sua inclinação achatada, com possível elevação nos yields de curto prazo, refletindo a resiliência econômica no curto prazo e a ausência de gatilhos para cortes de juros. 🧠 Opinião do Analista – Igor Pereira “O mercado norte-americano caminha sobre uma linha tênue entre expansão cíclica e fraqueza estrutural. Enquanto os PMIs indicam fôlego no curto prazo, o índice de atividade de Chicago revela sinais de desgaste no núcleo da economia. O investidor precisa calibrar suas decisões com base em uma leitura dupla: acompanhar a recuperação aparente sem perder de vista os riscos de médio prazo. Para o ouro, continuo vendo um suporte institucional sólido e tendência altista sustentada.” 🔚 Conclusão O dia foi marcado por um conjunto de dados mistos nos Estados Unidos. A surpresa positiva nos PMIs sinaliza resiliência da atividade econômica, mas o recuo no índice do Fed de Chicago destaca desequilíbrios latentes. O cenário permanece incerto para a política monetária, e o mercado deve manter elevada sensibilidade a novas leituras de inflação, consumo e crédito. 📌 Relatório elaborado por Igor Pereira – Analista de Mercado Financeiro e Membro da WallStreet NYSE.