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S&P 500 depende da China: risco de desacoplamento ameaça lucros e estabilidade dos mercados Por Igor Pereira, Analista de Mercado Financeiro — Membro WallStreet NYSE O risco de desacoplamento entre Estados Unidos e China representa uma ameaça concreta aos lucros das empresas norte-americanas — e, por consequência, ao desempenho dos principais índices acionários, como o S&P 500. De acordo com dados da Apollo Global Management, as empresas do S&P 500 geraram cerca de US$ 1,2 trilhão em receitas oriundas de vendas para consumidores chineses nos últimos 12 meses. Este valor é quatro vezes maior do que o atual déficit comercial entre EUA e China. Dependência estratégica: 7% das receitas vêm da China Atualmente, aproximadamente 7% de todas as vendas anuais das empresas do S&P 500 são realizadas na China, o que representa um nível significativo de exposição à segunda maior economia do mundo. Este número reforça o grau de integração econômica entre as duas potências — e mostra como qualquer interrupção neste canal pode ter efeitos imediatos e de grande escala sobre os lucros corporativos e os múltiplos de avaliação das ações. Cenário de desacoplamento: impactos no mercado Caso ocorra um desacoplamento repentino ou prolongado entre EUA e China — por questões políticas, tarifárias ou estratégicas — os impactos esperados incluem: Queda abrupta nos lucros por ação (EPS) de empresas com forte presença na Ásia, como Apple, Tesla, Nike e outras big caps; Desvalorização dos ativos de risco, especialmente os mais expostos a receitas internacionais; Reprecificação de expectativas de crescimento nos setores de tecnologia, consumo e industrial; Redirecionamento de cadeias produtivas globais, elevando custos operacionais e pressionando margens. Necessidade de um acordo comercial urgente Diante da magnitude dessa interdependência, torna-se urgente a celebração de um novo acordo comercial entre Estados Unidos e China. Uma escalada de tensões ou aumento de tarifas pode acelerar uma ruptura que impactaria negativamente os mercados globais, especialmente o norte-americano. Opinião do analista Igor Pereira O mercado ainda precifica uma continuidade do fluxo comercial entre EUA e China. Porém, isso representa um ponto cego perigoso. O grau de exposição do S&P 500 à China é alto demais para ser ignorado, e qualquer ruptura pode desencadear uma correção estrutural nos valuations de empresas líderes do índice. Além disso, o momento atual exige dos formuladores de políticas uma abordagem mais pragmática: um acordo comercial não é apenas desejável — é necessário para preservar a estabilidade macroeconômica e o ciclo de crescimento corporativo global. A eventual desaceleração da economia chinesa, combinada com uma guerra comercial duradoura, pode minar as projeções otimistas dos investidores para 2025, e gerar ondas de aversão a risco nos mercados globais.