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FED reduz balanço patrimonial para menor nível desde abril de 2020: o que esperar para o mercado? Análise técnica e implicações no cenário macroeconômico global Por Igor Pereira, Membro Wall Street NYSE – ExpertFX School Resumo técnico O Federal Reserve reduziu seu balanço patrimonial em US$ 17 bilhões no último mês, atingindo US$ 6,7 trilhões, o menor patamar desde abril de 2020. Desde o início do processo de Quantitative Tightening (QT) em abril de 2022, a autoridade monetária norte-americana já enxugou US$ 2,3 trilhões, ou 25% do total acumulado pós-crise de 2020. Atualmente, o Fed mantém US$ 4,2 trilhões em Treasuries e US$ 2,2 trilhões em MBS (Mortgage-Backed Securities). O que está acontecendo de fato? Apesar de algumas publicações nas redes sugerirem que o Fed teria voltado ao Quantitative Easing (QE), a realidade é que a autoridade continua executando QT. A aparente "compra" de ativos diz respeito apenas a reinvestimentos – ou seja, quando um título vence, o Fed reaplica parte do valor recebido para manter o ritmo de redução dentro dos limites definidos. Em março, o banco central dos EUA reduziu o ritmo de QT: De US$ 60 bi/mês para US$ 40 bi/mês no total; Limite mensal de maturação de Treasuries caiu de US$ 25 bi para US$ 5 bi; Runoff de MBS permanece em até US$ 35 bi/mês. Portanto, o processo segue contracionista, com a contração líquida do balanço ainda ativa. A recompra parcial apenas evita que o ajuste ocorra de maneira desorganizada ou abrupta. Impacto no mercado financeiro 1. Títulos do Tesouro (Treasuries): Com o Fed reduzindo sua exposição, a pressão vendedora aumenta, o que tende a elevar os yields dos Treasuries, principalmente os de longo prazo. Isso impacta o custo de capital global, incluindo financiamentos e hipotecas. 2. Dólar (USD): A política de QT costuma ser positiva para o dólar, já que reduz liquidez em circulação e eleva os juros de mercado. Contudo, o impacto real depende da percepção de risco e da resposta dos bancos centrais estrangeiros. 3. Ouro (XAU/USD): Reduções no balanço e alta dos juros reais tendem a pressionar o ouro no curto prazo. Porém, com queda da confiança nos Treasuries por parte de grandes compradores (China, Rússia), a demanda por ouro físico como reserva estratégica cresce, o que suaviza a pressão negativa. 4. Ações: O QT tende a ser negativo para o mercado acionário, pois reduz liquidez sistêmica e afeta o valuation de ativos sensíveis à taxa de desconto, como tecnologia e growth. O que esperar daqui pra frente? QT mais lento, porém contínuo. A diminuição do ritmo mostra prudência, mas não significa reversão. Possível pausa ou inversão em caso de recessão ou disfunção no mercado de Treasuries. Crescimento da demanda por ativos reais (ouro, commodities, infraestrutura) como resposta à erosão da confiança no dólar e no sistema financeiro ocidental. Aumento da volatilidade em renda fixa, especialmente diante da divergência entre políticas fiscais expansionistas e postura monetária restritiva. Conclusão A redução contínua do balanço do Fed é um sinal claro de que a autoridade está comprometida com a normalização da política monetária. Ainda que de forma gradual, essa medida retira liquidez dos mercados e reforça um cenário de aperto financeiro global, o que exige atenção redobrada de traders e investidores. Neste contexto, ativos como ouro e commodities ganham relevância como alternativas estratégicas de preservação de capital, enquanto a exposição a Treasuries passa a ser analisada com mais cautela por investidores institucionais.