Igor Pereira Postado Maio 27 Denunciar Share Postado Maio 27 Thomas Barkin (Fed) vê inflação próxima da meta, mas alerta para incertezas no mercado de trabalho e consumo Por Igor Pereira – Membro WallStreet NYSE O membro do Federal Reserve, Thomas Barkin, afirmou nesta terça-feira (27) à Bloomberg TV que a economia dos EUA permanece em trajetória semelhante à dos últimos dois anos, com inflação se aproximando da meta de 2% e queda nas taxas de desemprego. No entanto, Barkin destacou preocupações com o comportamento dos consumidores diante dos preços elevados, além de efeitos negativos dos cortes de gastos públicos no mercado de trabalho — principalmente na região da capital. Estabilidade nos indicadores, mas incerteza à frente Segundo Barkin, a estabilidade inflacionária e a recuperação do mercado de trabalho refletem um equilíbrio que ainda não foi comprometido. A relutância das empresas em realizar novas contratações é um sinal de cautela, mas não de retração. “As empresas ainda mostram disposição para manter seus planos de investimento. A confiança empresarial continua sendo um forte termômetro da economia”, disse. Por outro lado, Barkin reforçou que o momento exige monitoramento atento da reação dos consumidores aos preços. Embora os dados em tempo real não indiquem queda no consumo, ele reconhece que a expectativa persistente de inflação tem impactado diretamente a confiança do consumidor — fator que historicamente influencia os gastos, mas que tem mostrado comportamento atípico nos últimos dois anos. Cortes de gastos e efeitos assimétricos no emprego Um ponto de destaque na entrevista foi a menção aos efeitos negativos dos cortes de gastos governamentais, especialmente em regiões como Washington, D.C., onde o emprego público representa parcela significativa da atividade econômica. Barkin alertou que essas medidas já afetam o mercado de trabalho local, contribuindo para um desaquecimento específico. Impacto das políticas de Trump é misto Barkin também comentou os efeitos das políticas econômicas do presidente Donald Trump, com ênfase nas tarifas comerciais. Segundo ele, os impactos são mistos e ainda em avaliação. De um lado, empresas anteciparam estoques no início do ano prevendo aumentos de custos; de outro, observou-se redução no volume de importações. O dirigente do Fed sinalizou que o verdadeiro impacto das tarifas só será claro com o tempo, à medida que o comportamento de empresas e consumidores se ajustar às mudanças na estrutura comercial imposta pela nova política tarifária. O que esperar e impactos no mercado financeiro 1. Renda Fixa e Fed Funds Rate Com Barkin destacando estabilidade na inflação e ausência de sinais claros de queda no consumo, o discurso reforça a postura de cautela do Fed em reduzir juros no curto prazo. A curva de juros pode continuar precificando cortes moderados apenas no segundo semestre, desde que os dados continuem benignos. 2. Renda Variável (ações) O reconhecimento de uma economia "estável", com confiança empresarial resiliente e consumo ainda firme, favorece o sentimento de suporte ao mercado acionário. Porém, incertezas quanto ao impacto pleno das tarifas e cortes de gastos públicos podem gerar volatilidade setorial, especialmente em empresas expostas ao consumo interno e comércio internacional. 3. Ouro (XAU/USD) A percepção de inflação controlada, mas sem pressa para corte de juros, pode limitar os ganhos do ouro no curto prazo. Contudo, a incerteza fiscal e política, somada ao impacto das tarifas, mantém suporte estrutural ao ouro como hedge. 4. Dólar (USD) Com a expectativa de juros estáveis e economia ainda sólida, o dólar pode manter força relativa frente a moedas emergentes, sobretudo em um cenário de fragilidade fiscal e política em outras regiões. Conclusão A fala de Barkin reforça a imagem de uma economia norte-americana ainda estável, mas em transição delicada, onde os próximos passos dependerão fortemente da resiliência do consumo, confiança empresarial e desenvolvimento das políticas de Trump. O mercado deve seguir atento aos próximos dados de inflação, emprego e confiança, além de monitorar os desdobramentos fiscais e comerciais. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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