Igor Pereira Postado Junho 4 Denunciar Share Postado Junho 4 📉 Probabilidade de recessão nos EUA desaba 70% para 30% — maior queda em 65 anos sem recessão ocorrer Por Igor Pereira – Analista de Mercado, Membro WallStreet NYSE Em um movimento surpreendente para os mercados e para os modelos de previsão econômica, a probabilidade de recessão nos Estados Unidos caiu de forma abrupta de 100% para 30%, marcando a maior queda já registrada em um período de 12 meses desde 1960, sem que uma recessão de fato tenha se materializado. Esse tipo de movimento estatístico costuma ser raro e normalmente ocorre após uma desaceleração econômica significativa, mas antes que um colapso total se confirme, como se o sistema estivesse oscilando entre resiliência e fragilidade estrutural. 🧮 O que está por trás da revisão abrupta? A reversão nas projeções de recessão foi impulsionada por uma combinação de fatores recentes: Melhora nos dados de emprego e consumo em abril e maio; Resiliência dos gastos pessoais reais, mesmo com taxas de juro elevadas; Inflação desacelerando gradualmente, sem afetar fortemente o crescimento; Expectativa de estabilização monetária com o Fed mantendo os juros em patamar restritivo, porém sem novos aumentos; Políticas fiscais e industriais agressivas do governo Trump, com foco em infraestrutura e tarifas protecionistas, que estão reorganizando o dinamismo interno da produção. 📊 Impactos nos mercados financeiros 🔹 Renda variável (S&P 500, Nasdaq) A forte queda na probabilidade de recessão tende a impulsionar os índices de ações, que agora reprecificam um cenário de soft landing da economia, com empresas mantendo margens e consumo resiliente. 🔹 Renda fixa (Treasuries) O recuo nas projeções de recessão reduz a expectativa de cortes agressivos de juros, elevando os rendimentos (yields) dos Treasuries de curto e médio prazo. Destaque para o aumento recente no rendimento do Treasury de 2 anos. 🔹 Dólar (USD) O impacto sobre o dólar é neutro a ligeiramente positivo. A retirada do risco de recessão sustenta o dólar via diferencial de juros, mas o enfraquecimento das expectativas de corte pode limitar ganhos frente a moedas emergentes. 🔹 Ouro (XAU/USD) A queda na probabilidade de recessão reduz a atratividade do ouro como hedge contra crise, mas os fundamentos fiscais e geopolíticos ainda sustentam a demanda de longo prazo, especialmente de bancos centrais. 🧠 Perspectiva histórica O último movimento similar ocorreu nos anos 1990, durante o ciclo de expansão liderado por tecnologia, onde as previsões de recessão foram revertidas sem a concretização de um colapso econômico. A diferença, hoje, está no nível elevado da dívida pública, juros altos e a pressão geopolítica internacional, que tornam esse "pouso suave" mais instável e sujeito a reversões. 📌 O que esperar nos próximos meses? Reprecificação dos ativos de risco com redução do prêmio de recessão; Reforço da narrativa de soft landing, ainda dependente de dados futuros (inflação, consumo e emprego); Crescente foco nas decisões do Tesouro e do Fed, especialmente quanto à recompra de Treasuries e à inércia nos juros; Possível realocação de portfólios institucionais de ouro e proteção para ativos de risco. 💬 Comentário do analista Igor Pereira – ExpertFX School “A queda drástica na probabilidade de recessão mostra que o mercado está reavaliando os fundamentos com mais otimismo. No entanto, o risco estrutural persiste — juros altos, consumo com estímulos fiscais, dívida em níveis recordes e um Fed cauteloso.” “O investidor que interpreta essa queda como ‘fim do perigo’ corre o risco de ignorar fatores mais lentos e profundos de deterioração. O soft landing pode virar hard landing se a liquidez se contrair de forma abrupta.” Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Posts Recomendados
Participe da Conversa
Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Cadastre-se Agora para publicar com Sua Conta.
Observação: sua postagem exigirá aprovação do moderador antes de ficar visível.