Igor Pereira Postado Junho 12 Denunciar Share Postado Junho 12 🟡 O Fim da Era do Dólar? Ouro supera euro e ganha espaço entre argentinos O ouro ultrapassou recentemente o euro como o segundo maior ativo de reserva global, representando 20% das reservas mundiais, enquanto o euro caiu para 16%. O dólar ainda lidera com 46%. Esse movimento não é apenas estatístico — ele se reflete diretamente na mudança de comportamento em países como a Argentina. Historicamente, os argentinos mantinham centenas de bilhões de dólares fora do sistema financeiro, em cofres, imóveis ou até colchões, como reflexo do trauma da crise de 2001. Mas, em 2025, essa confiança inabalável no dólar está sendo desafiada. 💰 A nova febre argentina: comprar ouro com pesos, em parcelas Sob o governo Milei, a retirada dos controles de câmbio para investidores individuais permitiu que argentinos adquirissem ouro diretamente em pesos — até mesmo em parcelas sem juros. O Banco Piano, um dos poucos a vender ouro certificado e com pureza de 999.9, quadruplicou as importações de ouro da Suíça em 2025. Segundo Leonardo Echegoyen, diretor da instituição: “As pessoas querem retorno sobre seus dólares e estão buscando isso neste ativo." 📈 O movimento de mercado ETF GLD (SPDR Gold Shares): Fluxos líquidos subiram 170% no 1º trimestre de 2025, com demanda total atingindo 552 toneladas — maior nível desde 2022. Cotações: O ouro já subiu mais de 27% nos últimos 12 meses, superando US$ 3.300/onça, impulsionado por tensões geopolíticas, inflação persistente e expectativa de cortes de juros. Spread de joalherias: O grama custa cerca de US$ 114, com spread de 10–15%, mas com atrativos como cashback de 30% e compras parceladas. 🧠 Mudança estrutural de comportamento A substituição gradual do dólar pelo ouro sinaliza uma mudança de mentalidade econômica: O dólar perdeu status de hedge inflacionário. O peso voltou a se valorizar, estimulando compras locais em ouro. Investidores estão compreendendo que ativos monetários precisam ser “convertidos” em valor tangível. Segundo Juan Piantoni, CEO da Ingot (cofres de segurança): “Pouco a pouco, as pessoas entendem que ativos monetários devem ser investidos em algo.” 🔒 Segurança física e cultural Guardar dólares em cofres é uma prática culturalmente argentina. Agora, esse espaço está sendo ocupado pelo ouro — mais resistente a danos físicos, como comprovou um cliente que armazenava dólares em um cano de cozinha que estourou. A joalheria Leiva Joyas, uma das mais tradicionais do país, triplicou sua média diária de atendimentos relacionados a ouro. Vendas dobraram em 2025. 📊 Impacto no mercado e projeções O que esperar: A demanda por ouro físico e ETFs na América Latina, especialmente em economias instáveis, tende a continuar crescendo. O fortalecimento do peso argentino pode ampliar a diversificação cambial interna, reduzindo a dominância do dólar no longo prazo. Bancos centrais e investidores institucionais devem intensificar a vigilância sobre fluxos de ouro fora do sistema tradicional. Impactos esperados: Aumento da volatilidade nos pares cambiais emergentes com o dólar (USD/ARS, USD/BRL). Sustentação nos preços do ouro acima de US$ 3.200/onça no curto prazo. Potencial elevação nos prêmios locais de ouro (spread físico) na América do Sul. Conclusão do analista Igor Pereira Estamos testemunhando uma inflexão histórica na relação entre confiança pública e reservas monetárias. O ouro, antes visto como ultrapassado ou apenas para crises extremas, está se consolidando como o “novo dólar silencioso” — especialmente em economias que vivem em crise constante. O movimento argentino pode servir de modelo para outros países em desenvolvimento onde o dólar começa a perder o brilho. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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