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China entre Deflação, ETFs de Renda Fixa e Retaliações Comerciais: O que Esperar?


Igor Pereira

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🇨🇳 China entre Deflação, ETFs de Renda Fixa e Retaliações Comerciais: O que Esperar?

✍️ Por Igor Pereira, Analista de Mercado – Membro WallStreet NYSE


📉 1. Investidores Chineses Migrando para ETFs de Renda Fixa: Fuga dos Ativos de Risco

Nos últimos 30 dias, o mercado chinês registrou saídas de cerca de US$ 8,7 bilhões de ETFs de ações, ao mesmo tempo em que o mesmo valor foi alocado em ETFs de renda fixa, segundo a Bloomberg. Isso confirma uma mudança estrutural no perfil de risco dos investidores institucionais chineses, que agora preferem estratégias passivas em renda fixa, diante de um cenário de juros historicamente baixos e dificuldades para gerar alpha.

  • O volume de ativos sob gestão em bond ETFs na China quadruplicou desde o final de 2023, atingindo mais de 300 bilhões de yuans (US$ 41,8 bilhões).

  • Segundo relatório do Huatai Securities, “em um ambiente de juros baixos, os retornos excessivos são mais difíceis, e os instrumentos passivos tornam-se mais eficientes e baratos.”

🧭 Impacto no mercado:

  • Aumento na liquidez dos títulos corporativos chineses.

  • Fortalecimento do yuan no curto prazo com entrada de capital doméstico.

  • Indicação de aversão a risco em um cenário macroeconômico frágil.

📌 Reguladores chineses também têm incentivado a expansão do setor: desde 6 de junho, ETFs de bonds corporativos passaram a ser aceitos como colateral para financiamento de curto prazo, aumentando ainda mais sua atratividade. O ETF da China Southern SSE Market-Making Corporate Bond atingiu volume recorde de 15,6 bilhões de yuans em um único dia — o maior em Xangai e Shenzhen.

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🧊 2. Deflação Persistente na China: Queda Recorde nos Preços ao Produtor e Concorrência Brutal

A inflação ao consumidor (CPI) recuou pelo quarto mês consecutivo, enquanto o índice de preços ao produtor (PPI) registrou sua maior queda em quase dois anos. O motivo? Uma combinação entre capacidade ociosa e guerras de preços cada vez mais agressivas, especialmente no setor automotivo.

  • A BYD reduziu preços em até 34% em alguns modelos elétricos e híbridos, forçando o governo chinês a intervir junto às montadoras.

  • Segundo a Bloomberg Economics, “não há fim à vista para as pressões deflacionárias na economia chinesa”.

  • O FMI projeta inflação de 0% em 2025 na China — o menor nível desde 2009, no auge da crise financeira global.

🧭 Impacto no mercado:

  • Pressão para o Banco Popular da China (PBoC) manter políticas monetárias acomodatícias.

  • Redução de margens para grandes players e aumento da volatilidade no setor de consumo.

  • Estímulo à fuga para ativos seguros, como Treasuries dos EUA, ouro e dólar americano.


🇺🇸🇨🇳 3. EUA e China Reduzem Tarifas, mas Relação Comercial Continua Frágil

Após anos de tensões, EUA e China avançaram na implementação do Acordo de Genebra, resultando em redução parcial de tarifas bilaterais. Entretanto, os dados comerciais revelam um pano de fundo preocupante:

  • As exportações da China para os EUA caíram 34,4%, a maior queda desde fevereiro de 2020 (pandemia).

  • Pequim se comprometeu a acelerar os embarques de terras raras, enquanto Washington aliviou algumas restrições de exportação.

  • Apesar disso, grandes multinacionais americanas repensam sua permanência na China:

    • A General Mills estuda vender sua rede Häagen-Dazs.

    • A Starbucks anunciou planos para reformular sua operação local.

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🧭 Impacto no mercado:

  • Expectativa de realocação de cadeias produtivas para fora da China (reshoring).

  • Pressão sobre o setor industrial chinês, especialmente tecnologia e manufatura.

  • Fragilidade cambial no médio prazo se o yuan perder suporte institucional.


📌 Conclusão Estratégica – Análise de Igor Pereira

“Estamos assistindo à combinação rara de deflação estrutural, fuga para renda fixa e deterioração das relações comerciais. Isso posiciona a China como um vetor de risco silencioso para o mercado global. O investidor inteligente deve acompanhar:

  • ETFs chineses como termômetro institucional.

  • A postura do PBoC frente à deflação.

  • O comportamento do yuan frente ao dólar.

A migração para renda fixa e o congelamento de preços ao consumidor indicam um modelo chinês esgotado na sua forma atual. A pressão sobre as bolsas emergentes e commodities industriais tende a aumentar.”


📩 Análise por Igor Pereira
Membro WallStreet NYSE – Analista-Chefe da ExpertFX School
📊 Institucional para Traders Profissionais

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