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Análise Premium: Decisão do Fed em 18 de Junho — O que esperar, projeções econômicas e impactos no mercado


Igor Pereira

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Análise Premium: Decisão do Fed em 18 de Junho — O que esperar, projeções econômicas e impactos no mercado

📅 Data do Evento: Quarta-feira, 18 de junho
Horário:
• Decisão de juros: 15h00 (horário de Brasília)
• Coletiva de imprensa com Jerome Powell: 15h30


🔍 Cenário Atual: Fed deve manter juros inalterados

Segundo pesquisa da Reuters com 105 economistas, 103 esperam manutenção da taxa entre 5,25% e 5,50%, e apenas dois projetam um corte de 25 bps. Essa expectativa está alinhada ao cenário de “esperar para ver” adotado pelo FOMC frente às incertezas envolvendo inflação, mercado de trabalho e os efeitos macroeconômicos das novas tarifas comerciais impostas pela administração Trump.

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📊 Resumo das Projeções Econômicas (SEPs) e Gráfico de Dots

O que esperar:

  • SEPs revisados:
    • Crescimento do PIB pode ser rebaixado para 1,4% em 2025 (de 1,7%).
    • Core PCE pode ser revisado para cima para 3,2% (de 2,8%).
    • Desemprego levemente maior: 4,4% a 4,5%.

  • Gráfico de Dots (2025):
    A mediana deve apontar para apenas um corte este ano, em vez dos dois previstos em março. O gráfico de pontos mostra um FOMC dividido: 10 membros projetam dois cortes, enquanto 9 apontam para nenhum ou apenas um.

  • Projeção de longo prazo:
    • Taxa neutra pode ser elevada para 3,125%.
    • Cortes graduais esperados: dois cortes em 2026 e um em 2027.

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📈 Dados Recentes: Uma economia sólida, mas com alerta amarelo

  • Mercado de trabalho forte:
    O payroll de maio surpreendeu positivamente, mas com revisão negativa do mês anterior. A taxa de desemprego ficou em 4,2%, abaixo da projeção de 4,4% do Fed, dando margem para deterioração sem preocupação imediata.

  • Inflação moderada, mas ainda acima da meta:
    Tanto CPI quanto PPI vieram abaixo do esperado, sinalizando alívio, mas tarifas e conflitos geopolíticos (Irã-Israel) podem reacender pressões inflacionárias nos próximos meses.

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🧨 Impacto das Tarifas: Força Estagflacionária

📌 Ponto de Tensão: Estagflação

O RaboBank destaca que as tarifas criam uma tensão dupla para o Fed:

  • Alta de preços: pressiona por elevação de juros;

  • Queda na atividade e emprego: exige cortes para estimular a economia.

Goldman Sachs projeta que as tarifas elevarão o núcleo do PCE para 3,4% e reduzirão o PIB em quase 1% em 2025. O impacto líquido: crescimento de apenas 1,25% ao ano com desemprego atingindo 4,4%.


🧠 Comentário dos Membros do Fed: Cautela é consenso

  • Kashkari, Goolsbee e Kugler acreditam que a inflação gerada por tarifas não deve ser ignorada, pois pode ser persistente.

  • Waller, por outro lado, sugere que o Fed deve “olhar através” desses efeitos pontuais.

  • Powell destacou que, em caso de conflito entre os mandatos (inflação vs. emprego), o Fed avaliará o grau de desvio de cada meta e seus horizontes de normalização.

A percepção predominante é de que a política monetária está levemente restritiva, mas ainda adequada.


🧭 Expectativa de Corte: Setembro ou Dezembro?

  • JPMorgan: primeiro corte deve vir em setembro, seguido de cortes graduais até 2027.

  • Goldman Sachs: prevê corte só em dezembro, seguido de mais dois cortes em 2026, com taxa final em 3,5%-3,75%.

  • Mercado monetário: precifica 46bps de cortes em 2025, com 60% dos analistas esperando dois cortes ainda este ano.


⚠️ Riscos Adicionais: Geopolítica e incerteza fiscal

  • Guerra entre Irã e Israel pode provocar alta no petróleo e reacender pressões inflacionárias.

  • Política fiscal e imigração seguem como fatores de incerteza.

  • Efeitos das tarifas ainda não precificados totalmente nos dados duros, mas já impactam as expectativas e investimentos.


📌 Conclusão: Expectativa técnica para quarta-feira

Elemento                                                       Expectativa Técnica
Taxa de Juros (Fed Funds) Manutenção em 5,25% - 5,50%
SEPs (PIB / Inflação) Rebaixamento do PIB / Alta na inflação (Core PCE > 3%)
Gráfico de Dots 2025 Projeção média de 1 corte, com divisão interna no FOMC
Mensagem do Powell Foco em paciência, alerta para inflação e abertura para dados futuros
Primeiro corte de juros Setembro (cenário base JPM) ou Dezembro (Goldman)
Impacto não comercial Alta volatilidade em dólar, ouro e bolsas; foco no tom da coletiva

🏁 Impacto no Mercado Financeiro

📌 Dólar (DXY):

• Pode se valorizar caso o Fed assuma tom mais hawkish;
• Aversão ao risco com guerra ou inflação também fortalece USD.

📌 Ouro (XAU/USD):

• Suporte técnico em $3300 permanece forte;
• Um Fed paciente favorece o ouro no médio prazo, mas volatilidade de curto prazo pode aumentar com os dados do SEP e retórica sobre tarifas.

📌 Mercado de Ações (S&P 500):

• Powell equilibrado pode sustentar bolsas;
• Sinais de inflação persistente podem pressionar techs e empresas alavancadas.

Reação do Mercado: Expectativas e Estratégias por Classe de Ativo

Renda Fixa – Juros e Treasuries:
Apesar da queda recente nos dados de inflação (CPI e PPI abaixo do esperado), o Fed deve manter sua postura cautelosa. Segundo Goldman Sachs, o impacto das tarifas ainda é incerto e pode distorcer os dados de curto prazo. O dot plot poderá indicar uma inclinação levemente mais hawkish (contracionista), principalmente para 2025, o que pode gerar reprecificação nos vértices mais curtos da curva de juros.

Dólar (USD) – G10 FX Trading View (Mark Salib, Goldman Sachs):
O dólar tem apresentado comportamento macro-agnóstico, com maior influência de fatores globais do que da política monetária doméstica. A narrativa de "esperar para ver" do Fed já está precificada, e somente uma surpresa hawkish significativa nos dots poderia provocar uma liquidação de posições compradas em EUR/USD. A correlação entre EURUSD e volatilidade implícita sugere que os fluxos de hedge e o movimento de desdolarização seguem como forças dominantes.

FX Research – (Isabella Rosenberg, Goldman Sachs):
A reunião do Fed tende a ter impacto limitado no dólar, dado que os mercados cambiais têm reagido mais fortemente a fatores de risco globais do que à política monetária. A expectativa mais relevante será entender como o Fed incorpora os efeitos tarifários em seu forward guidance. O dólar voltou a se alinhar com os diferenciais de juros após a desorganização fiscal de maio, mas um reposicionamento mais claro depende de guidance adicional, improvável nesta reunião.

Ações – Volatilidade e Proteção (Alexis Slattery, Derivativos de Índices):
Após um forte recuo na volatilidade implícita das opções de S&P 500 com o alívio geopolítico no fim de semana, o straddle para a reunião do FOMC está precificado em apenas 0,9%, o que sugere um nível atrativo para compras de volatilidade. A equipe recomenda manter um viés long volatility, especialmente em calls de alta, em caso de reação inesperada do mercado ao tom do Fed.

Renda Variável – Risco e Estratégia (Vickie Chang, GS Research):
Embora a manutenção da taxa seja amplamente esperada, qualquer sinal de que a mediana do dot plot caiu para apenas um corte em 2024 pode representar uma leve surpresa hawkish. Por outro lado, a manutenção das duas reduções indicadas anteriormente seria um alívio dovish, especialmente se Powell sinalizar que os dados de inflação têm sido benignos. Para o médio prazo, os riscos para os juros curtos seguem enviesados para baixo, o que sustentaria ativos de risco. Mesmo assim, faz sentido proteger posições longas em ações, dado que as volatilidades implícitas ainda estão historicamente baixas.


Resumo Estratégico: O Que Esperar

  • Juros: Fed deve manter inalterado. Mercado atento ao dot plot de 2025.

  • Inflação: A leitura mais branda recente pode ser contrabalançada por riscos tarifários e petróleo.

  • Dólar: Estável, mas vulnerável a surpresas no tom de Powell ou revisão de projeções.

  • Ações: Viés construtivo de médio prazo, mas com recomendações claras de hedge diante do evento.

  • Volatilidade: Níveis ainda baixos oferecem boas assimetrias para proteção via opções.


Impacto no XAU/USD – Visão ExpertFX School (Igor Pereira)

A leitura de uma política monetária mais paciente deve sustentar o ouro, principalmente se o Fed reforçar o foco em estabilidade e não der peso excessivo à inflação tarifária. Em contrapartida, se o gráfico de pontos indicar apenas um corte ou nenhum para este ano, o XAU/USD pode sofrer pressão de realização de lucros no curto prazo. O suporte institucional está entre US$ 3.374 e US$ 3.385, com resistência técnica entre US$ 3.403 e US$ 3.409, onde se concentram ordens institucionais de hedge contra riscos geopolíticos e estagflacionários.


🔒 Análise por Igor Pereira – Analista de Mercado Financeiro | Membro Junior Wall Street NYSE
📊 Acompanhe mais análises técnicas e macroeconômicas no portal ExpertFX School

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