Igor Pereira Postado Sexta em 19:24 Denunciar Share Postado Sexta em 19:24 🟡 Bancos Centrais Acumulam Ouro Enquanto o Mundo Rejeita o Dólar: A Nova Era da Multipolaridade Monetária Por Igor Pereira – Analista de Mercado Financeiro, Membro WallStreet NYSE O episódio mais recente do Money Metals Midweek Memo, apresentado por Mike Maharrey, lança luz sobre uma tendência global que vem se consolidando com velocidade alarmante: o colapso silencioso da hegemonia do dólar norte-americano e a ascensão estratégica do ouro como o ativo mais confiável do sistema financeiro internacional. 🔁 Uma Transição Histórica em Andamento Segundo o Banco Central Europeu (BCE), o ouro ultrapassou o euro em 2024 e se tornou o segundo maior ativo de reserva global em valor de mercado, compondo aproximadamente 20% das reservas internacionais oficiais, enquanto o euro representa 16%. Essa mudança não é apenas estatística — é simbólica: o sistema está se ajustando a um novo paradigma monetário multipolar. 📈 Fluxo Recorde de Ouro: Bancos Centrais em Modo de Acumulação Em 2024, os bancos centrais adquiriram mais de 1.000 toneladas de ouro pelo terceiro ano consecutivo. Desde 2022, a demanda por reservas monetárias em ouro aumentou drasticamente após a invasão da Ucrânia pela Rússia, impulsionando um comportamento defensivo por parte das autoridades monetárias. Principais compradores em 2024: 🇵🇱 Polônia 🇮🇳 Índia 🇹🇷 Turquia 🇨🇳 China 🇦🇿 Fundo Estatal de Petróleo do Azerbaijão Além disso, o World Gold Council revelou que 43% dos bancos centrais pretendem aumentar suas reservas em ouro em 2025, contra 29% no ano anterior. A tendência é clara: essa não é uma proteção tática — é uma mudança estrutural e estratégica. 📉 Dólar em Queda Livre: Desdolarização em Curso A participação do dólar nas reservas globais caiu para 57,8% em 2024, menor nível em 30 anos. Em 2002, essa fatia era de 72%. 73% dos bancos centrais esperam reduzir ainda mais suas reservas em dólares nos próximos cinco anos. As razões apontadas são inflação, risco geopolítico e sanções econômicas. Em particular, os países emergentes estão acelerando a diversificação de reservas, temendo o uso do dólar como arma geopolítica por parte dos EUA. 💥 O Colapso da Confiança nos Títulos Americanos Durante tensões recentes no Oriente Médio, o ouro subiu como ativo de proteção — comportamento esperado. No entanto, os Treasuries não se valorizaram como tradicionalmente ocorre. Ao contrário, os rendimentos subiram, sinalizando queda na demanda pelos títulos soberanos dos EUA. Esse comportamento quebra uma lógica histórica dos mercados e revela uma erosão da confiança no dólar como porto seguro. 📉 Deficit Explosivo dos EUA: A Máquina Está Fora de Controle Em maio de 2025, o déficit fiscal norte-americano atingiu impressionantes US$ 316 bilhões em um único mês, elevando o total acumulado do ano para US$ 1,36 trilhão. Mesmo com aumento na arrecadação, o ritmo de gastos superou em muito as receitas. O governo dos EUA não tem um problema de receita — tem um problema de gasto. 🏆 Uma Reflexão Simbólica: A Prata e o Valor Real Maharrey utiliza a simbologia do troféu da Stanley Cup, feito de prata pura, para destacar a diferença entre valor real e valor fiduciário. Enquanto o troféu contém 459,74 onças de prata, com valor de derretimento de US$ 17.144, seu valor percebido é de mais de US$ 650 mil. A mensagem é clara: prata e ouro carregam valor intrínseco que o dinheiro fiduciário não possui. 📊 Ouro x Prata: A Janela Ainda Está Aberta O ouro já está cotado acima de US$ 3.360/onça, tendo atingido pico de US$ 3.509,90. A prata superou os US$ 37/onça, e o próximo alvo técnico é US$ 50, máxima histórica. A relação ouro/prata caiu de 103:1 para 91:1 — ainda acima da média histórica de 60:1. Oportunidade? Sim. Maharrey argumenta que a prata costuma atrasar o movimento de alta do ouro, mas quando começa, supera a performance do ouro no fim do ciclo. 🔐 Alemanha Quer Seu Ouro de Volta O episódio ainda destaca que a Alemanha enfrenta pressões internas para repatriar suas reservas de ouro armazenadas no Federal Reserve de Nova York. O medo crescente é de risco político dos EUA sob Trump, incluindo uma possível interferência no Fed e, indiretamente, nas reservas estrangeiras depositadas nos EUA. “Se você não o possui fisicamente, você não o possui de verdade.” — lema que ganha força entre bancos centrais. 📉 Conclusão: O Começo do Fim do Sistema Unipolar? A transição está em curso. O modelo baseado na dominância do dólar, dívida americana e confiança cega nos Treasuries está enfraquecendo. O que surge em seu lugar não é um colapso imediato, mas sim um sistema monetário multipolar, no qual: O ouro terá papel central O yuan, euro e outras moedas ganharão espaço em liquidações internacionais As sanções e a arma do dólar criaram um incentivo global para a diversificação monetária 📌 O que esperar e impactos no mercado: Para investidores e traders: Continuar acompanhando os fluxos de compra de ouro por bancos centrais é essencial para entender a demanda estrutural. A prata ainda está “descontada” e apresenta risco-retorno atrativo em cenário de bull market em metais. A deterioração dos Treasuries como ativo de proteção pode gerar realocação de grandes fundos para ouro, commodities e ativos reais. Para o mercado financeiro global: O enfraquecimento da hegemonia do dólar pode levar a maior volatilidade nos mercados de câmbio. O aumento do custo de financiamento da dívida pública dos EUA tende a afetar negativamente o apetite por risco nos mercados emergentes. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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