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China Entra em Deflação Técnica, Mas Dados Subjacentes Mostram Sinais de Vida: O Que Isso Significa? PREMIUM


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  • ANALISTA

Ao fim do pregão na Ásia, os mercados receberam um dado que, à primeira vista, soa alarmante: a China, motor do crescimento global, registrou inflação negativa em agosto. No entanto, uma análise mais profunda dos números, como sempre fazemos aqui na ExpertFX School, revela uma história muito mais complexa e cheia de nuances, com implicações diretas para a política monetária e ativos como o ouro.

O Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) da China divulgou hoje que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de agosto caiu em uma base anual. Imediatamente, as manchetes globais apontaram para o risco de uma espiral deflacionária na segunda maior economia do mundo. Contudo, a própria explicação do NBS nos convida a olhar além da manchete.

 

Desvendando a Deflação: Efeito-Base e Preços dos Alimentos

A queda do CPI não foi resultado de um colapso generalizado da demanda, mas sim de dois fatores principais e específicos:

  1. O Efeito-Base Elevado: A inflação em agosto do ano passado (2024) foi particularmente alta. Pense nisso como uma corrida: se você estabelece um recorde em uma volta, mesmo uma volta seguinte muito rápida pode parecer mais lenta em comparação. O efeito de arrastamento dos preços do ano passado, segundo o NBS, foi responsável por uma queda de 0,9 pontos percentuais no CPI de agosto, um impacto significativamente maior do que o visto no mês anterior.

  2. A Queda nos Preços dos Alimentos: O principal vilão do índice geral foi o setor de alimentos, cujos preços caíram mais do que o esperado para a sazonalidade. A deflação, portanto, esteve concentrada em um componente volátil e não foi um fenômeno disseminado pela economia.

 

O Sinal de Esperança: A Força do Núcleo da Inflação (Core CPI)

Aqui é onde a análise fica interessante. Ao remover os preços voláteis de alimentos e energia, obtemos o núcleo da inflação (Core CPI), que muitos economistas, incluindo eu, Igor Pereira, consideramos um indicador muito mais fiel da saúde da demanda interna.

E o núcleo da inflação contou uma história completamente diferente:

  • O Core CPI subiu 0,9% em termos anuais, acelerando em relação à alta de 0,8% do mês anterior.

  • Este foi o quarto mês consecutivo de aumento no núcleo da inflação, um sinal claro de que as políticas de estímulo do governo para impulsionar o consumo e a demanda doméstica estão, de fato, começando a surtir efeito.

 

Minha Análise e o Impacto no Mercado Global

O que temos aqui não é o retrato de uma economia em colapso, mas sim de uma recuperação lenta, desigual, mas em andamento. A deflação no índice geral é mais um fantasma estatístico do que uma realidade econômica sistêmica.

1. Luz Verde para Mais Estímulos: Na minha opinião, este relatório é a combinação perfeita para o Banco Popular da China (PBoC). O número principal fraco fornece a justificativa política necessária para implementar mais medidas de afrouxamento monetário (como cortes de juros e injeções de liquidez) sem gerar críticas. Ao mesmo tempo, o núcleo da inflação em alta sugere que esses estímulos não serão em vão e que a demanda interna tem capacidade de responder.

2. Implicações para o Ouro (XAU/USD): O cenário mais provável agora é uma intensificação dos estímulos por parte de Pequim. Mais estímulos significam um Yuan potencialmente mais fraco e, mais importante, mais liquidez sendo injetada no sistema financeiro. Este é um ambiente historicamente favorável para ativos de refúgio como o ouro. Não é coincidência que a China continue a ser a maior compradora de ouro do mundo; o país está se protegendo contra a desvalorização de moedas fiduciárias que seus próprios estímulos podem acelerar.

Conclusão para o Trader: Não reaja com pânico à manchete de "deflação na China". A história real, contada pelo núcleo da inflação, é de uma recuperação gradual que será fortemente apoiada por mais estímulos do governo. Para os mercados, especialmente para o ouro, a mensagem é clara: a perspectiva de mais dinheiro barato vindo de uma das maiores economias do mundo serve como um forte vento de cauda. Em um cenário global onde os EUA também mostram sinais de fraqueza, a corrida por estímulos parece estar ganhando força, reforçando a tese de alta para ativos tangíveis e escassos.

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