ANALISTA Igor Pereira Postado Setembro 11 ANALISTA Denunciar Share Postado Setembro 11 Para navegar os mercados com sucesso, é crucial entender a mentalidade dos maiores players institucionais. Hoje, na ExpertFX School, vamos mergulhar na análise de Tony Pasquariello, chefe de cobertura de hedge funds da Goldman Sachs, que acaba de divulgar sua estrutura direcional para as ações dos EUA. Por Igor Pereira, Analista de Mercado Financeiro, ExpertFX School A conclusão dele é um mantra que ecoa por Wall Street: "Ainda é um mercado de alta (bull market). Não lute contra ele, mas não o persiga." Esta visão sugere que, embora o otimismo de longo prazo prevaleça, o momento atual exige cautela e uma abordagem tática. Vamos desmembrar o raciocínio de um dos maiores bancos do mundo. Os Quatro Pilares da Análise da Goldman Sachs Pasquariello baseia sua visão em quatro blocos de construção fundamentais que movem o mercado de ações. 1. Crescimento Econômico dos EUA: A previsão é de uma desaceleração significativa em 2025 (crescimento de 1,3% do PIB), principalmente com o mercado de trabalho operando em "velocidade de estol" (stall speed). No entanto, a perspectiva melhora para 2026 (+1,8%) e 2027 (+2,1%), retornando à tendência de crescimento. Pasquariello acredita que o risco de uma surpresa positiva é tão grande quanto o de uma negativa, impulsionado por condições financeiras favoráveis, forte apoio fiscal e o boom de investimentos em Inteligência Artificial (IA). 2. Crescimento dos Lucros (EPS) do S&P 500: A Goldman projeta um crescimento "bom, mas não ótimo" de +7% nos lucros por ação para este ano e para o próximo. O ponto crucial aqui, na minha opinião, é a resiliência notável das empresas. Pasquariello destaca que, apesar da narrativa macroeconômica incerta, os lucros corporativos foram muito fortes em 2025, com as "Sete Magníficas" crescendo impressionantes +28% no primeiro semestre. Isso mostra que as empresas estão navegando o cenário melhor do que o esperado. 3. Valuation (Preço/Lucro): Aqui reside o principal ponto de cautela. O S&P 500 negocia a 22 vezes os lucros futuros, um nível historicamente "exigente" (percentil 96 desde 1980), superado de forma sustentada apenas durante a bolha tecnológica. A visão da Goldman é que, embora o valuation seja um guia para retornos de longo prazo, ele não é um sinal para vender no curto prazo. Como o próprio analista coloca: "é preciso saber em que campo você está jogando". 4. Fluxo de Capital (Análise Técnica): Os fluxos que impulsionaram o mercado durante o verão estão perdendo força. Fundos sistemáticos estão "cheios" (comprados ao máximo) e os programas de recompra de ações serão mais limitados nos próximos meses. Pasquariello espera que este vento a favor técnico diminua, levando a uma consolidação, mas que melhore novamente em outubro, preparando o terreno para um possível rali de fim de ano, similar aos vistos em 1998 e 2019. Fatores Decisivos: O Fed, a IA e os Gigantes da Tecnologia Além dos pilares, Pasquariello destaca três variáveis que podem mudar o jogo. 5. O Federal Reserve está Prestes a Cortar Juros: Este é talvez o argumento mais poderoso. A expectativa é que o Fed entregue cerca de cinco cortes de juros até meados de 2026, justamente quando a economia deve estar re-acelerando. Historicamente, essa combinação é extremamente favorável para as ações. A mensagem é a clássica: "Não lute contra o Fed", especialmente na ausência de uma recessão. 6. A Inteligência Artificial (IA) como Fator Surpresa: A IA continua sendo um debate intenso (estamos no início de uma revolução ou em uma bolha de alocação de capital?). A conclusão de Pasquariello é que, sem uma recessão, o impulso para as grandes empresas investirem em tecnologia permanecerá "muito, muito forte". 7. A Lei dos Grandes Números: Apesar de ser um crente de longa data nas mega-caps de tecnologia, o analista admite se perguntar se os "dias mais explosivos" já passaram. Usando a Nvidia como exemplo, o crescimento ainda é fantástico, mas está se normalizando, saindo de retornos de três dígitos para algo mais sustentável. O desafio de crescer exponencialmente a partir de um tamanho imenso é real. Conclusão: A Estratégia de Igor Pereira à Luz da Análise da Goldman A síntese de Tony Pasquariello é clara: o balanço de risco continua positivo enquanto os lucros crescem e as políticas monetária e fiscal são favoráveis. Ele espera que o S&P 500 consolide no curtíssimo prazo (próximo mês) , recomendando a compra de "opções de hedge baratas" agora, para então se preparar para uma nova alta no quarto trimestre. O que isso significa para nós, traders da ExpertFX School? Para o Trader de Índices (S&P 500): A análise sugere que "comprar o topo" agora é uma estratégia de alto risco. O movimento inteligente, segundo a Goldman, é ter paciência, não perseguir a alta e esperar por uma consolidação ou um recuo para encontrar pontos de entrada melhores para o esperado rali de fim de ano. Para o Trader de Ouro (XAU/USD): Esta é a minha principal interpretação para nossa comunidade. O cenário delineado pela Goldman é, na verdade, extremamente construtivo para o ouro. Uma pausa ou recuo de curto prazo no mercado de ações (o período de "não perseguir") aumenta a atratividade do ouro como um porto seguro. Mais importante, o principal motor por trás da tese otimista da Goldman – a certeza de cortes de juros pelo Fed – é também o principal combustível para a alta do ouro. Portanto, na minha visão, o mercado pode estar se preparando para um cenário onde o ouro brilha durante a consolidação das ações e, em seguida, ambos os ativos se beneficiam da onda de liquidez do Fed no final do ano. A tese de alta para o ouro não apenas permanece intacta, mas é reforçada pela lógica da principal mesa de operações de Wall Street. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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