INFLAÇÃO PREFERIDA DO FED (PCE) VEM EM LINHA E DÁ 'LUZ VERDE' PARA CORTES DE JUROS

[Igor Pereira]

Bom dia, traders. Acabamos de receber o último grande dado de inflação antes da crucial reunião do Federal Reserve na próxima semana, e a mensagem é clara: o caminho para o início do ciclo de cortes de juros está livre.

Por Igor Pereira, Analista de Mercado Financeiro, ExpertFX School

 

O Núcleo do PCE (Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal), a medida de inflação preferida e mais observada pelo Fed, veio exatamente em linha com as expectativas do mercado. Na prática, isso funciona como uma "luz verde" para o banco central, que agora tem o caminho livre para focar na sua preocupação mais urgente: a deterioração do mercado de trabalho.

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Dissecando os Dados do PCE: Sem Surpresas, Sem Pânico

Os números de agosto solidificam a narrativa de que, embora a inflação não esteja em colapso, ela também não está reacelerando de forma perigosa.

• Núcleo do PCE Anual (YoY): 2,9% (em linha com a previsão de 2, 9% e com o dado anterior).

• Núcleo do PCE Mensal (MoM): 0,2% (em linha com a previsão de 0,2% e mostrando uma leve desaceleração em relação aos 0,3% de julho).

Minha Análise (Igor Pereira): A importância deste dado não está no que ele mostrou, mas no que ele não mostrou. Ele não trouxe uma surpresa altista que forçaria o Fed a repensar sua iminente mudança de postura. Sem um susto inflacionário, o peso dos dados recentes de fraqueza no emprego (revisão do Payroll, alta nos pedidos de desemprego) se torna ainda maior na balança da decisão. A porta para o início do ciclo de afrouxamento monetário não apenas continua aberta, como foi escancarada.

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O Cenário Global: Um Mosaico de Políticas Monetárias

Enquanto o caminho do Fed parece cada vez mais claro, o resto do mundo apresenta um mosaico de políticas monetárias, destacando a falta de um ciclo global sincronizado.

• Europa (BCE & BoE): Em modo de espera, com mercados precificando estabilidade nos juros.

• Japão (BoJ): A grande exceção, sendo o único grande banco central com o mercado ainda precificando uma possível alta de juros até o final do ano.

• Canadá (BoC): Hesitante, com uma leve inclinação a manter os juros onde estão.

• Nova Zelândia (RBNZ): O mais "dovish" (brando), com o mercado esperando cortes agressivos de até 60 pontos-base.

Esta divergência reforça a importância das ações do Fed. Em um mundo sem direção única, a política do banco central que emite a moeda de reserva global tem um impacto desproporcional em todos os ativos.

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Conclusão e Implicações de Mercado

A tese está confirmada. Com a inflação sob controle relativo e o emprego enfraquecendo, o Federal Reserve tem o pretexto e a necessidade de cortar as taxas de juros.

• Dólar (USD): A ausência de um susto inflacionário é negativa para o dólar. O caminho para juros mais baixos nos EUA reduz a atratividade da moeda.

• Ouro (XAU/USD): Este é um cenário extremamente construtivo para o ouro. A confirmação de que o ciclo de cortes está prestes a começar, combinada com a incerteza econômica, cria o ambiente perfeito para o metal precioso. O caminho de menor resistência continua firmemente para cima.