A Guerra Oculta Pelo Ouro XAU/USD — Como a China Está Secretamente Acumulando o Dobro de Suas Reservas Oficiais e Remodelando a Ordem Monetária PREMIUM

[Igor Pereira]

Ao encerrarmos a semana, convido vocês a uma análise profunda que vai além das manchetes e dos relatórios oficiais. O que vou apresentar hoje é uma tese apoiada por uma confluência de dados comerciais e fontes da indústria que aponta para uma conclusão chocante: o Banco do Povo da China (PBoC) possui mais do que o dobro do ouro que admite oficialmente , com reservas que, segundo estimativas, já superam as 5.000 toneladas.

Por Igor Pereira, Analista de Mercado Financeiro, ExpertFX School - membro Junior WallStreet NYSE

 

Esta não é apenas uma história sobre a China comprando ouro. É a crônica de uma mudança fundamental no poder global, uma guerra monetária silenciosa onde o ouro físico é a arma principal.

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Parte 1: As Pistas no Mercado Físico — Seguindo o Rastro do Metal

A alegação de que a China compra secretamente cinco vezes mais ouro do que reporta ao FMI pode parecer ousada, mas as evidências estão nos fluxos físicos do mercado.

• Pista #1: O "Smoking Gun" de Londres: O gráfico do mercado de ouro chinês nos dá a prova mais contundente. Ele mostra as exportações de ouro do Reino Unido para a China. A chave aqui é que o PBoC compra as grandes barras de 400 onças no mercado de Londres, enquanto o setor privado chinês negocia barras de 1kg na Bolsa de Ouro de Xangai (SGE). Quando vemos grandes exportações de barras de 400 onças do Reino Unido para a China, especialmente em momentos em que o prêmio em Xangai está negativo (tornando a operação comercialmente inviável para traders privados), só há uma explicação: é o PBoC comprando em Londres e transportando o metal para Pequim.

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• Pista #2: O Superávit Misterioso em Xangai: Outro gráfico mostra que, desde 2022, a oferta total de ouro na China (produção de minas + importações líquidas) tem consistentemente excedido a demanda do setor privado (retiradas da SGE). Esse superávit de metal, que não fica nos cofres da SGE, tem um destino lógico: os cofres do banco central.

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Parte 2: O Impacto Global — A Remodelagem das Reservas Mundiais

Esta acumulação massiva e secreta não é um evento isolado. É a peça central de uma tendência global de desdolarização que está se acelerando e remodelando o sistema financeiro.

• O Oriente Acumula, o Ocidente Estagna: Como o gráfico das reservas oficiais mundiais ilustra, as posses de ouro do "Resto do Mundo" (liderado pelo Oriente) estão em uma trajetória ascendente acentuada, aproximando-se de 50% do total global. É a representação visual da transferência de poder econômico.

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• Ouro vs. Títulos do Tesouro (USTs): A consequência direta dessa mudança é a perda de status dos títulos do Tesouro dos EUA como o principal ativo de reserva. Um gráfico do Financial Times mostra o cruzamento iminente: a participação do ouro nas reservas dos bancos centrais está subindo acentuadamente, enquanto a dos USTs está caindo. A previsão é que o ouro ultrapasse os títulos do Tesouro como o principal ativo de reserva em questão de meses.

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• A Retomada Histórica: O que estamos testemunhando é a reversão de uma anomalia de 50 anos que começou com o fim do padrão-ouro. O gráfico de longo prazo das reservas globais mostra claramente o ouro (a área bege) retomando seu lugar de destaque, um movimento que começou após a crise de 2008 e se acelerou drasticamente desde 2022.

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Conclusão de Igor Pereira: As Fases do Luto e a Oportunidade

A análise conclui que o consenso de mercado está apenas agora saindo da fase de "negação" sobre a desdolarização e entrando na fase de "raiva". As fases de "barganha", "depressão" e, finalmente, "aceitação" ainda estão por vir.

Na minha visão, isso significa que, do ponto de vista da adoção pelo grande público e pelo investidor tradicional, esta tendência ainda está em seus estágios iniciais. O potencial de valorização que existe até a fase de "aceitação" é, portanto, imenso.

A mensagem deste estudo é profunda. A verdadeira história do mercado de ouro não está nos relatórios mensais que a mídia divulga, mas nos fluxos físicos de toneladas de metal que se movem do Ocidente para o Oriente. A China não está apenas comprando ouro; está executando uma estratégia de longo prazo para se proteger da desvalorização do dólar e se posicionar no centro de uma nova ordem monetária.

Para os investidores que sabem ler estes sinais, a oportunidade é histórica.