ANALISTA Igor Pereira Postado Segunda em 03:49 ANALISTA Denunciar Share Postado Segunda em 03:49 Bom dia, traders. Iniciamos a primeira semana completa de outubro em um ambiente de mercado sem precedentes. Com a paralisação do governo dos EUA em andamento, o crucial relatório de empregos (Non-Farm Payrolls), que deveria ter sido divulgado na sexta-feira, foi suspenso, deixando os mercados em um "vácuo de informação". Por Igor Pereira, Analista de Mercado Financeiro, ExpertFX School Para tentar preencher essa lacuna, os maiores players de Wall Street estão recorrendo aos seus próprios modelos de dados. A Goldman Sachs acaba de divulgar a estimativa de seu abrangente rastreador de crescimento de empregos, e os números fornecem a primeira grande bússola para a semana. O modelo da Goldman Sachs, que combina uma vasta gama de dados do setor privado, indica um rebote no crescimento de empregos para +80.000 em setembro. 1. Dissecando o Número da Goldman: Nem Colapso, Nem Euforia Este não é um número qualquer. O indicador da Goldman é um dos mais abrangentes do setor privado, combinando dados de contratações, demissões, pesquisas com empresas e famílias. Portanto, seu sinal carrega um peso significativo. Minha Análise (Igor Pereira): A leitura de +80.000 empregos deve ser interpretada com nuance. Por um lado, um ganho de 80.000 empregos está longe de ser um sinal de recessão iminente. Ele contradiz as previsões mais pessimistas (como a da ADP, que mostrou perda de vagas) e sugere que o mercado de trabalho, embora fraco, encontrou um piso após a forte desaceleração vista em abril e maio (quando o indicador da Goldman marcou 0). Por outro lado, 80.000 ainda é um número historicamente fraco. Ele indica uma economia operando em "velocidade de cruzeiro" (stall speed) e é claramente insuficiente para demover o Federal Reserve de seu caminho de cortes de juros. A principal conclusão é que o número da Goldman Sachs reforça a narrativa de um "pouso suave" ou de uma desaceleração controlada, em vez de um colapso desordenado. 2. Implicações para o Federal Reserve e os Mercados Para o Fed: Este dado é, de certa forma, um alívio. Ele valida a decisão de cortar os juros devido à fraqueza econômica, mas não cria pânico para uma ação de emergência (como um corte de 50 bps). Ele cimenta o caso para um ciclo de afrouxamento monetário gradual e medido. Dólar (USD): A reação do dólar pode ser mista no curto prazo. O número afasta o risco de um "hard landing", o que é marginalmente positivo. No entanto, ele não é forte o suficiente para impedir os cortes de juros, o que mantém a tendência de longo prazo do dólar como negativa. Ouro (XAU/USD): Para o ouro, este cenário é construtivo. Ele confirma que o ciclo de afrouxamento monetário do Fed continuará, o que é o principal combustível para o metal. A ausência de um colapso total no emprego pode moderar a "fuga para a segurança" de pânico no curtíssimo prazo, mas a tese central de desvalorização da moeda e juros em queda permanece 100% intacta. Conclusão: Nesta semana, sem os dados oficiais, seremos forçados a navegar usando esses novos instrumentos de alta frequência. A mensagem da Goldman para o início da semana é de uma fraqueza persistente, mas não de pânico. Isso mantém o cenário de alta tanto para o ouro quanto para os ativos de risco, ambos impulsionados pela expectativa de um Fed "dovish", mas talvez com menos volatilidade do que um cenário de colapso econômico geraria. A palavra da semana é desaceleração, não recessão. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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