Williams, do Fed de NY, Sinaliza Corte em Dezembro e Foca no "Risco de Emprego" – A Divisão no Fed se Aprofunda

Igor Pereira · Novembro 21

Em um momento de paralisia e divisão no Federal Reserve, a voz de John Williams, Presidente do Fed de Nova York e braço direito de Jerome Powell, carrega um peso imenso. Hoje, Williams deu um sinal claro que reacende as chances de um corte de juros na reunião de 9-10 de dezembro, contrariando a narrativa recente.

Por Igor Pereira, Analista de Mercado Financeiro, Membro Junior WallStreet NYSE

O mercado estava precificando apenas 40% de chance de corte. Williams acaba de colocar o mercado em alerta máximo.

1. O Foco na Fraqueza do Trabalho (Nosso Alerta se Confirma)

Williams foi direto ao ponto:

"Riscos de baixa para o emprego aumentaram", enquanto os riscos de inflação diminuíram.
O mercado de trabalho "esfriou".

Minha Análise (Igor Pereira): Williams está validando nossa tese macro. Ele está olhando para os dados que o mercado ignorou (revisões negativas de emprego, Jobless Claims em alta) e vendo a mesma fissura na economia real que nós. Sua preocupação com o emprego é o catalisador para a continuidade dos cortes.

2. A Sinalização de Dezembro: Política "Modestamente Restritiva"

Williams classificou a política atual como "modestamente restritiva" e disse explicitamente que vê "espaço para um ajuste adicional no curto prazo" para mover a política para uma postura neutra.

Minha Análise: Em linguagem de banco central, "ajuste adicional no curto prazo" com a reunião de dezembro a apenas semanas de distância é um código claro para um corte de juros. Williams está tentando forjar o consenso que Powell precisa. Ele está dizendo aos membros "hawkish" que a política está muito apertada para o estado atual do mercado de trabalho.

3. Inflação e Tarifas: O "Copo Meio Cheio" de Williams

Williams tentou minimizar o risco de inflação:

Ele acredita que a inflação subjacente continua em queda.
Ele minimizou o impacto das tarifas, vendo-as como um efeito transitório, sem "efeitos de segunda rodada".
Sua previsão de inflação voltando a 2% só em 2027 mostra que o Fed aceitou uma inflação mais alta por mais tempo.

Minha Análise: Williams está disposto a tolerar uma inflação acima da meta (CPI a 3%) para evitar "dores mais profundas no mercado de trabalho". Esta é a definição de um FED que prioriza o emprego (e, por extensão, os mercados de ativos) sobre o combate à inflação.

Conclusão de Igor Pereira: A Divisão do Fed é o Nosso Edge

A divisão dentro do Fed nunca foi tão pública. Temos membros "hawkish" preocupados com a inflação e o "número 2" do Fed, Williams, focado no emprego e sinalizando cortes.

O que isso significa para nós?

Incerteza Máxima: A reunião de dezembro será um campo de batalha. A probabilidade de corte vai oscilar violentamente com cada dado.
Venda no Dólar (USD): As falas de Williams colocam pressão de venda no dólar, pois revivem as chances de rendimentos mais baixos.
Compra no Ouro (XAU/USD): Um Fed dividido, focado no emprego e disposto a tolerar inflação é o ambiente perfeito para o ouro. Se Williams conseguir convencer o comitê a cortar em dezembro, veremos uma nova pernada de alta no XAU.

Fiquem atentos aos próximos dados de emprego. Eles serão o árbitro final dessa disputa interna.

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